quinta-feira, novembro 22, 2007

Castanhas

boas e quentinhas

em ponto caramelo

a estalar nos dentes

e a queimar a língua

a aquecer os pulmões de e a laringe

a elevar a alma

aos píncaros do inferno

libertando o anjo que existe

do diabo dentro de ti

que persegue numa luta imparável

entre o teu lado lunar

e o sol nascente que as almas salvas

fingem que vivem

na salvação que nunca atingem mas que

inconscientemente nunca a procuraram

na ilusão de que um dia

se reencontrem com a sua estrada

onde já um dia vaguearam

se perderam em busca de uma resposta para a pergunta sem questão

mas que ainda só persiste nas mentes daqueles

que sentem a dor sem razão

e que têm medo do que possa acontecer num lugar

estranho onde o prazer s confunde com o pecado e se transforma

num vórtice de emoções onde o que importe é

o encontrar o seu eu sem mascaras nem maquiagem

com o máximo de naturalidade que ainda assim

o assombra com o medo de se enfrentar

numa das mais brutais batalhas épicas

entre os seu medos e os seu desejos

onde o vencedor está oculto por

entre as rochas que constroem o abismo onde nas suas profundezas se encontra

as razoes pelas quais se mantem vivo e nele não permanece

a vontade de resistir mas apenas de fugir

de uma atmosfera incandescentes saturada de ciclos intermináveis de mentiras que

o levam nas ilusões

e nos feitiços de uma sociedade

apodrecida e suja que se disfarça de utopia, onde todos os homens se julgam livres mas não passam de escravos

das próprias leis que defendem, mas não sabem porquê

apenas sabem k o medo maior do que a sua vontade de mudar

é o apontar do dedo daqueles que mais amam, num gesto desesperado

escondem-se atrás de fatos pintados de cinzento e preto e temem pela solidão por serem diferentes não sabendo que são iguais aos outros por dentro com os mesmos medos, os mesmos desejos, a mesma vontade e ficam eternamente presos ao vazio das regras perdidos

até que uma voz irreverente e destemida, sem medo da diferença

se despe do seu fato cinzento e preto e foge da cidade utopica e regressa a realidade, ao mundo natural onde se encontra com a natureza, a sua natureza e ouve pela primeira vez o seu instinto animal que pulsa dentro dele e descobre que era isso que o fazia sentir aprisionado porque

o instinto animal é algo que nunca é racional e como tal pode ser bruto, medonho ou injusto

ou a diferença de saberemos o que somos e de onde vem a nossa essência, coisa que as pessoas da cidade utópica nunca o iram saber limitando-se a existir em vez de viver



eTal com colaboração de Psyco